"A meditação é uma forma de silenciar a mente (os pensamentos) e abrirmos os sentidos para todas as coisas."
A definição mais simples e, ao mesmo tempo, mais clara do que seja meditação, remete a uma forma de estabilização da atenção no presente, melhorando nosso estado de presença. Com a estabilização da atenção obtemos níveis mais claros de percepção da realidade que nos cerca e de nós mesmos.
Um bom nível de atenção e de centrabilidade no presente, interrompe o vazamento da energia vital decorrente da dispersão. A energia concentrada responde melhor aos contatos que estabelecemos e ao mesmo tempo, a nossa presença fica mais desperta de momento a momento.
Vale ressaltar que a meditação não é uma prática de relaxamento, em que nos abandonamos. Ao contrário, é uma prática que gera relaxamento de forma atenta e desperta. Esse diferencial é qualitativo.
Quando terminamos a meditação o nível de disposição e alerta é compatível com qualquer tipo de ação que poderemos vir a investir.
A relação entre pensamentos e emoções é um tema de importância relevante na meditação. A estabilidade da atenção, por meio da prática da meditação, muda as condições físicas e vitais. Por outro lado, sentimentos e pensamentos tornam-se mais claros.
Na maioria dos distúrbios - sejam os mesmos de cunho psicológico ou físico - a prática da meditação ajuda devido a mudança de comportamento de quem medita. Ao mudar seu com-portamento, a pessoa que medita altera o contexto que gera determinadas doenças.
Meditação budista
A prática central criada pelo Buda é a meditação de plena atenção de momento a momento. Para Buda, a atenção é o fundamento de todas as práticas e de espiritualidade. Na prática sentada é escolhido um objeto de atenção para estabilizar a mente. Isso é feito juntamente com a observação da entrada e de saída do ar em nosso corpo. Os olhos permanecem semicerrados ou abertos. Essa prática vai se sofisticando na medida em que avançamos, de acordo com as diferentes linguagens budistas.
Mantras
Os mantras são meditações feitas por meio de vocalização. São muito difundidas entre os hindus, budistas, os tibetanos e os japoneses. Geralmente, são palavras e sílabas na linguagem sânscrita (língua hindu), na japonesa ou na tibetana. Elas possuem determinada sonoridade que ajuda na meditação.
Entre os hindus o praticante deve focalizar toda atenção no som e na reverberação que o mesmo faz em seu corpo. A relação entre a fala, a respiração e o mantra pode ser melhor demonstrada através do método pelo qual o mantra funciona.
Através da pronunciação repetida um mantra, pode-se obter controle sobre uma determina-da forma de energia. A energia do indivíduo está fortemente ligada à energia externa, e uma pode influenciar a outra.
Os mantras nem sempre possuem um significado claro e muitos deles são compostos por sílabas aparentemente ininteligíveis. Mesmo assim, eles são efetivos porque ajudam a manter a mente quieta e pacífica, integrando-a automaticamente na concentração. Eles fazem a mente ser receptiva às vibrações muito sutis e portanto, aumentam sua percepção. Sua recitação erradica as negatividades grosseiras e a verdadeira
natureza das coisas pode ser refletida na claridade resultante em sua mente.
O mantra é ainda mais poderoso do que um som comum: é como uma porta que se abre para a profundidade da experiência. Visto que os mantras não têm sentido conceitual, não evocam respostas pré-determinadas. Quando entoamos um mantra, fica-mos livres para transcender os reflexos habituais.
OM, por exemplo, é um mantra popularmente conhecido. Ao ser recitada produz uma forte ressonância na caixa torácica, relaxando o peito. Quando "mmm..."é recitado, esse produz uma ressonância em todo crânio.
A potencialidade do mantra é fazer uma limpeza, tanto nervosa do corpo quanto no campo psicológica, nos pensamentos e nas emoções.
O mantra mais conhecido do budismo tibetano é OM MANI PADME HUM (os tibetanos pronunciam Om Mani Peme Hum), associado ao bodhisattva da compaixão, Avalokiteshvara. Nesse mantra, a sílaba Om representa a presença física de todos os budas. A palavra sânscrita Mani, jóia, simboliza a jóia da compaixão de Avalokiteshvara, capaz de realizar todos os desejos. A palavra Padme significa lótus, a bela flor que nasce no lodo; do mesmo modo, devemos superar o lodo das negatividades e desabrochar as qualidades positivas. A sílaba Hum, representando a mente iluminada, encerra o mantra.
Ajuda a purificar o aspecto masculino. Esse mantra faz uso dos elementos universais que regem os chakras: terra, fogo, água, ar e éter. As sílabas Na, Ma, Shi, Va e Ya. Este mantra parte da tradição do Caminho do Aperfeiçoamento do Veículo Divino, que se refere ao corpo humano com todos seus níveis brutos e sutis. Recite este Mantra hindu com a idéia em mente de que todos nós devemos nos tornar perfeitos, cada um a sua própria maneira.
"Om e saudações. Que a Mãe de Todos me aguarde, me proteja e satisfaça minhas necessidades."
Ajuda a intensificar a energia feminina e seu poder concomitantemente, a pureza e a autoridade como força criadora, geradora da vida e protetora.
Mantras que curam - Thomas Ashley - Farrand Editora Pensamento /1999.